Ana Maria Gonçalves foi eleita a primeira mulher negra a integrar a Academia Brasileira de Letras, com 30 dos 31 votos. Ocupará a Cadeira 33, que já foi de figuras como Luís Edmundo, Afrânio Coutinho e Evanildo Bechara.
Quem é Ana Maria Gonçalves?
Mineira de Ibiá, Ana Maria é escritora, tradutora e ex-publicitária. Estreou na literatura em 2002 e se consagrou com o romance Um defeito de cor (2006), uma das obras mais importantes da literatura brasileira contemporânea, que resgata memórias apagadas da população negra a partir da trajetória de uma mulher africana escravizada.
Ao lado e à margem do que sentes por mim (2002)
Este livro marca a estreia de Ana Maria Gonçalves na literatura. É composto por narrativas curtas e crônicas que exploram os sentimentos mais íntimos, como desejo, amor e dor, sob a perspectiva de personagens negras e periféricas.
Um defeito de cor (2006)

É um romance histórico premiado, no qual reconstrói a vida de Kehinde, mulher negra africana que foi escravizada ainda criança e, já idosa e liberta, escreve para o filho que perdeu. Vencedora do Prêmio Casa de las Américas (2007), é considerada uma das mais importantes obras da literatura brasileira contemporânea.
Tchau, Querida!
É um texto inédito da escritora Ana Maria Gonçalves. A peça explora as relações interpessoais e o poder da narrativa na construção de histórias. Em 2016, houve uma leitura dramática da peça no Auditório Ibirapuera, com direção de Wagner Moura.
Suas obras
Sua escrita é marcada por um olhar profundo sobre identidade, memória, afeto e resistência. Ana Maria também é dramaturga: escreveu as peças “PretOperItamar – O caminho que vai dar aqui” (2019) é uma opereta cênico-musical sobre a vida do cantor e compositor Itamar Assumpção, escrita em parceria com Grace Passô, e também “Tchau, Querida!” (2016), que estreou em leitura dramática na Balada Literária, no Auditório Ibirapuera, com direção de Wagner Moura.
Ana também é coautora de Chão de Pequenos (2017), escrita em coautoria com Felipe Oládélè e Ramon Brant, e autora da dramaturgia Diversos (2015). Além das obras autorais, Ana Maria Gonçalves integra a antologia Uns e outros: contos espelhados (Tag Livros, 2018), organizada por Helena Terra e Luiz Ruffato, contribuindo com sua escrita potente para o diálogo com outras vozes da literatura brasileira contemporânea.