Conheça a história da Dama do Samba: Dona Ivone Lara

Na semana em que comemoramos o Dia do Samba, em 2 de dezembro, celebramos não apenas o ritmo que embala o coração do Brasil, mas também as histórias e conquistas daqueles que fizeram desse gênero musical uma verdadeira expressão de resistência e da cultura afro-brasileira. Em especial, prestamos uma homenagem a Dona Ivone Lara, a dama do samba, cujas canções, como “Sonho Meu” e “Acreditar”, nos lembram da força, da resistência e da alma do samba, atravessando gerações e conquistando o coração de todos que reconhecem a beleza e a sabedoria de suas letras.

Acervo Dona Ivone Lara

Dona Ivone Lara nasceu no início dos anos 1920, em Botafogo, Rio de Janeiro, em uma família humilde e musical, onde absorveu desde cedo a melodia dos “ranchos carnavalescos” dos pais, a riqueza das matrizes africanas, transmitidas por sua tia, Vovó Tereza, ícone do Morro da Serrinha. Seu tio Dionísio, músico da velha-guarda do choro, também teve grande influência em sua formação, sendo ele quem a ensinou a tocar cavaquinho. 

Sua trajetória profissional teve início na área da saúde, quando ingressou na graduação de Enfermagem aos 17 anos. Aos 25, em 1947, prestou concurso público para o Ministério da Saúde e iniciou sua carreira no Serviço Nacional de Doenças Mentais. Durante a década de 1940, fez parte da equipe da médica Nise da Silveira, pioneira na reforma do tratamento psiquiátrico no Brasil, que adorou a sugestão da Dona Ivone e passou a organizar o “tratamento com música” . 

Dona Ivone no hospital no Engenho de Dentro | Acervo da família

Dona Ivone Lara dedicou-se à enfermagem por 37 anos, antes de se entregar completamente à sua verdadeira paixão, a música, aos 56 anos de idade.Como compositora e cantora, tornou-se uma das maiores referências do samba, sendo a primeira mulher a integrar a Ala de Compositores do Império Serrano, assinando o clássico samba-enredo “Os Cinco Bailes da História do Rio” (1965). 

Seu talento conquistou o Brasil e o mundo, levando-a a se apresentar em países como Angola, Estados Unidos, Japão e França. Sua história é a de uma mulher que uniu a arte, a resistência e a luta pela igualdade, sendo reconhecida como uma verdadeira Dama do Samba.

Fontes:

Por Juliane Maria Reis de Oliveira, DACOR