21 de janeiro: Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

Desde 2007, 21 de janeiro marca o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Essa data lembra da importância de respeitar a liberdade religiosa, um princípio fundamental garantido pela Constituição Federal.

Porém, infelizmente, ataques ao sagrado, especialmente às religiões de matriz africana, ainda são uma realidade marcada pelo racismo estrutural. É por isso que muitas lideranças religiosas defendem o uso do termo “racismo religioso” para nomear essas violências, que ameaçam a existência de religiões de matriz africana há séculos.

A origem do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa está diretamente ligada à história de Mãe Gilda de Ogum, uma Iyalorixá vítima de intolerância religiosa que lutou por um Brasil mais justo e igualitário. Sua luta permanece viva e nos inspira a continuar combatendo o racismo religioso.

📜 Sabia que:

🔸 O artigo 5º da Constituição Federal garante a liberdade de consciência, crença e proteção aos locais de culto.
🔸 É crime discriminar religiões no Brasil, com pena prevista de 1 a 3 anos de reclusão.
🔸 O Brasil é um Estado laico, ou seja, não possui religião oficial e deve tratar todas as crenças de forma igualitária.

Para o presidente do DACOR, Helton Souto, “esta é uma data importante porque é uma oportunidade para lembrar da luta contra o preconceito e a discriminação e que o conhecimento e a informação são cruciais para isso. No caso das religiões de matriz africana, é importante buscar conhecer o que são, como se relacionam com a nossa cultura e vivência e, especialmente, como os terreiros são lugares de ensinamento, educação, atuação social, cuidado pessoal e coletivo e conexão com o sagrado e com as ancestralidades. Esse reconhecimento faz parte do caminho para uma sociedade mais plural, democrática e com justiça social”.

É importante destacar a importância do levantamento de dados sobre o crescimento dessas religiões no Brasil. Os dados do IBGE sobre o tema datam de 2010 e menciona que apenas 0,3% da população brasileira se declarava praticante das religiões de matriz africana. “Cabem duas reflexões sobre esse dado: preconceito, discriminação e racismo podem inibir as pessoas de se autodeclararem praticantes e, uma vez que são 15 anos de distância, a maior circulação de informações, iniciativas que combatem a discriminação e maior reconhecimento podem ter gerado mudança e aumento significativo nesses números. Hora de atualizar esses dados!”, completa Helton.

Respeitar as religiões é respeitar a diversidade que nos torna únicos como sociedade. Vamos juntos combater o racismo religioso e defender a liberdade religiosa!