Agostinho Neto: médico, poeta e primeiro presidente de Angola

António Agostinho Neto foi primeiro presidente de Angola, uma figura central na história do país. Ele uniu ciência, literatura e política em uma trajetória marcada pela luta pela liberdade, pela valorização da cultura angolana e pela defesa do seu povo.

Origens e formação

António Agostinho Neto nasceu em 17 de setembro de 1922, no município de Ícolo e Bengo, em Luanda. Filho de um pastor metodista e de uma professora, cresceu em um ambiente que valorizava o conhecimento e a disciplina. Mais tarde, seguiu para Portugal, onde estudou Medicina nas universidades de Coimbra e Lisboa. Concluiu a sua formação em 1958, tornando-se médico, mas já demonstrava forte interesse por poesia e política.

Ativismo político e intelectual

Foto: UN Photo/PAS

Enquanto estudava em Portugal, Neto aproximou-se de outros jovens africanos que também sonhavam com a independência de seus países. Participou do movimento cultural “Vamos Descobrir Angola” e publicou textos e poemas que denunciavam a opressão colonial. Sua atuação política fez com que fosse preso pela polícia política portuguesa em 1955, e em 1956 ajudou a fundar o MPLA, que lideraria a libertação do país.

Luta pela independência

Nos anos 1960 e 1970, Neto tornou-se líder do MPLA, organizando a resistência armada contra Portugal e buscando apoio internacional. Depois de anos de luta, Angola conquistou a independência em 11 de novembro de 1975, e Neto foi empossado como o primeiro presidente, símbolo da vitória contra o colonialismo.

Presidente e poeta

Como presidente (1975–1979), Neto enfrentou os desafios de um país recém-independente, marcado por conflitos internos. Firmou alianças com Cuba e a União Soviética e também ganhou reconhecimento como o “poeta maior” de Angola, com obras como Sagrada Esperança, que expressam dor, luta e esperança do povo angolano.

Legado

Agostinho Neto faleceu em 10 de setembro de 1979, em Moscou, vítima de complicações de câncer, mas permanece uma das figuras mais importantes da história de Angola. Seu nome está presente na principal universidade do país e em monumentos como o Memorial Dr. António Agostinho Neto, e sua memória é celebrada todos os anos no Dia do Herói Nacional, em 17 de setembro.