Em 25 de julho de 1992, aconteceu em Santo Domingo, na República Dominicana, o histórico 1º encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas. O evento não apenas serviu pra denunciar o racismo e o machismo presentes nas Américas e no mundo, mas também fortaleceu a união de mulheres de diversas nacionalidades do continente. Graças a esse encontro, a data foi oficialmente reconhecida pela ONU.
Aqui no Brasil, desde 2014, o dia 25 de julho é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, ou seja, homenageia um dos nossos principais símbolos de resistência: a líder quilombola que desempenhou um papel crucial na resistência das comunidades negras e indígenas contra a escravidão no século XVIII. Após a morte de seu marido, José Piolho, Tereza assumiu o comando do Quilombo Quariterê, no Vale do Guaporé, Mato Grosso, e o liderou por décadas.
Desde a criação da data, há 32 anos, as mulheres negras latino-americanas e caribenhas têm alcançado conquistas significativas em várias áreas, incluindo cultura, academia, política e negócios. Esses avanços não apenas inspiram futuras gerações, mas também desafiam estruturas de poder. No entanto, a luta contra décadas de marginalização e sub-representação continua sendo um desafio significativo.
Na maioria dos países, mulheres negras têm uma renda média inferior à dos homens e mulheres brancas — um reflexo das desigualdades no acesso ao mercado de trabalho e oportunidades de progresso profissional. Elas também são mais vulneráveis à violência e têm acesso limitado a serviços de saúde e educação de qualidade. Por essas e outras, essa não é apenas uma data de celebração, mas um momento pra refletir sobre e fortalecem as organizações voltadas às mulheres negras e suas diversas lutas.