{"id":6384,"date":"2024-05-10T15:41:44","date_gmt":"2024-05-10T18:41:44","guid":{"rendered":"https:\/\/institutodacor.ong.br\/?p=6384"},"modified":"2024-05-10T15:41:44","modified_gmt":"2024-05-10T18:41:44","slug":"iara-bento-na-luta-pelos-direitos-populacao-preta","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/institutodacor.ong.br\/iara-bento-na-luta-pelos-direitos-populacao-preta\/","title":{"rendered":"Iara Bento: na luta pelos direitos popula\u00e7\u00e3o preta"},"content":{"rendered":"\t\t
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Conhe\u00e7a a coordenadora do SOS Racismo, programa da Alesp que acolhe e auxilia v\u00edtimas de preconceito.\n<\/h2>\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/section>\n\t\t\t\t
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Por Dandara Fonseca<\/em><\/p>

Como Iara Bento costuma dizer, foram v\u00e1rias as situa\u00e7\u00f5es, ao longo de sua vida, que a levaram para o movimento social. Nascida e criada em S\u00e3o Bernardo do Campo, no ABC Paulista, ela participou do Movimento Negro Unificado em 1989. Ap\u00f3s um per\u00edodo mais afastada, no in\u00edcio dos anos 2000, passou a ser uma ponte entre os moradores da sua cidade e o poder p\u00fablico, atuando em diversas frentes: sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o, moradia e outros direitos previstos na Constitui\u00e7\u00e3o.\u00a0<\/span><\/p>

Em 2023, Iara assumiu a coordena\u00e7\u00e3o do SOS Racismo, servi\u00e7o da Assembleia Legislativa do Estado de S\u00e3o Paulo que tem como objetivo acolher e instruir pessoas v\u00edtimas de casos discriminat\u00f3rios. Aqui, Iara fala mais sobre sua hist\u00f3ria no movimento social e na pol\u00edtica, al\u00e9m de explicar como podemos fazer para que a luta contra o racismo seja mais eficiente no Brasil.<\/span><\/p>

Dacor. Pra come\u00e7ar, queria saber um pouco mais sobre a sua inf\u00e2ncia.\u00a0<\/strong><\/h4>

Iara Bento. Sou nascida e criada em S\u00e3o Bernardo do Campo, especificamente na Vila S\u00e3o Jos\u00e9. Ali tem uma refer\u00eancia muito importante pra mim, que \u00e9 a Curva dos Pretos, um territ\u00f3rio onde sempre moraram pessoas negras, boa parte delas vinda de Minas Gerais. Fui criada pela minha m\u00e3e, que perdeu o marido muito cedo e criou seus filhos s\u00f3. Sou filha de uma mulher que trabalhou durante mais de 20 anos na \u00e1rea da limpeza, sempre com o objetivo de proporcionar uma vida diferente para mim e para os meus irm\u00e3os, para que pud\u00e9ssemos ter uma hist\u00f3ria diferente da que ela teve.\u00a0<\/span><\/p>

Como aconteceu seu despertar para as quest\u00f5es raciais?<\/b><\/h4>

O enfrentamento ao racismo sempre fez parte da minha vida. No entanto, essa quest\u00e3o ficou ainda mais presente quando entrei para o gr\u00eamio estudantil do Brazilia Tondi de Lima, col\u00e9gio onde estudei. Num primeiro momento, a gente lutava pelo passe livre e para que a comunidade pudesse ter acesso ao espa\u00e7o da escola nos finais de semana. No entanto, come\u00e7amos a promover ali discuss\u00f5es que tamb\u00e9m passavam pelo tema racial, e fui percebendo quest\u00f5es como o racismo recreativo, atitude ainda muito presente nas escolas e que, naquele momento, era lida como uma brincadeira. \u00c9 assim que, em 1989, participo do Movimento Negro Unificado.\u00a0<\/span><\/p>

E como foi essa experi\u00eancia?\u00a0<\/b><\/h4>

Foi muito importante. Durante esse per\u00edodo, S\u00e3o Bernardo do Campo acabou sendo protagonista de discuss\u00f5es que, anos depois, se concretizaram, como a cria\u00e7\u00e3o do feriado de 20 de novembro e a necessidade de incluir a quest\u00e3o racial no curr\u00edculo escolar, hoje garantida pela Lei n\u00ba 10.639. No entanto, nos anos 90, acabei mudando de escola, deixando o gr\u00eamio estudantil, e minha milit\u00e2ncia deu uma esfriada.<\/span><\/p>

Quando voc\u00ea volta a se organizar?<\/b><\/h4>

Embora nunca tenha deixado de atuar, voltei com mais afinco a partir de 2002, quando deixei um emprego em S\u00e3o Paulo. A partir da\u00ed, segui em S\u00e3o Bernardo do Campo atuando em diversas frentes, n\u00e3o apenas na quest\u00e3o racial. Um bom exemplo \u00e9 na defesa pela sa\u00fade. Foi nesse per\u00edodo que conseguimos estabelecer uma cadeira para o movimento negro no Conselho Municipal de Sa\u00fade, a qual eu ocupei. Pode parecer pequeno, mas isso \u00e9 muito importante porque, normalmente, a sa\u00fade \u00e9 tratada como se fosse igual para todos. No entanto, a popula\u00e7\u00e3o negra possui necessidades espec\u00edficas que precisam ser abordadas com cuidado e aten\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>

Em quais outras pautas voc\u00ea atuou?<\/b><\/h3>

No acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o, cultura, habita\u00e7\u00e3o, \u00e1gua, via p\u00fablica de qualidade… Passei a fazer essa interlocu\u00e7\u00e3o com o poder p\u00fablico para que pud\u00e9ssemos garantir direitos que est\u00e3o presentes na Constitui\u00e7\u00e3o, mas que a popula\u00e7\u00e3o vem perdendo ao longo da hist\u00f3ria. Conforme as pessoas percebiam que eu era uma ponte, algu\u00e9m que poderia ajudar, foram aparecendo novas demandas, novos pedidos, e eu acabei ficando.<\/span><\/p>

Teve alguma conquista desse per\u00edodo que te marcou?\u00a0<\/b><\/h3>

Sim. Parte do lugar onde moro era uma viela, uma \u00e1rea que passava dutos da Transpress por vias subterr\u00e2neas e tinha torres da Enel por vias a\u00e9reas. O sonho dos moradores mais antigos da regi\u00e3o era ver esse peda\u00e7o pavimentado e iluminado. Passamos tr\u00eas anos discutindo com o poder p\u00fablico e com os outros atores colocados na situa\u00e7\u00e3o at\u00e9 que a gente conseguisse chegar a um senso comum. Hoje, um cal\u00e7amento foi colocado e, pela primeira vez, a luz chegou naquele local. Essa pra mim foi a materializa\u00e7\u00e3o de que \u00e9 poss\u00edvel alcan\u00e7ar\u00a0 objetivos atrav\u00e9s da luta coletiva.\u00a0<\/span><\/p>

Aproveitando a hist\u00f3ria, como voc\u00ea v\u00ea a quest\u00e3o da moradia hoje?\u00a0<\/b><\/h3>

O poder p\u00fablico tem uma d\u00edvida enorme com as pessoas em situa\u00e7\u00e3o de rua. N\u00f3s temos diversos pr\u00e9dios p\u00fablicos e privados no centro de S\u00e3o Paulo, por exemplo, inutilizados por conta da especula\u00e7\u00e3o imobili\u00e1ria, e nas demais capitais n\u00e3o \u00e9 diferente. \u00c9 aquela famosa frase: \u2018\u00e9 muita gente sem casa e muita casa sem gente\u2019. Tamb\u00e9m precisamos ter em mente que a pessoa que n\u00e3o tem um lugar digno para viver provavelmente n\u00e3o tem trabalho, acesso a equipamentos de sa\u00fade, de educa\u00e7\u00e3o, ao transporte p\u00fablico. Tudo \u00e9 negado a ela.\u00a0<\/span><\/p>

E a sua carreira na pol\u00edtica, quando se intensifica?<\/b><\/h3>

Essa conquista onde morava funcionou como uma inje\u00e7\u00e3o de \u00e2nimo, e a partir da\u00ed me tornei mais presente no Partido dos Trabalhadores, onde j\u00e1 era filiada. Fui discutindo mais a fundo as pautas, questionando com mais propriedade, fazendo parte dos debates\u2026 At\u00e9 que, no final de 2013, me aproximei do mandato do Deputado Teonilio Barba, que na \u00e9poca era dirigente do Sindicatos dos Metal\u00fargicos e morava na mesma rua que eu. Ele foi eleito em 2014 e, ao ser empossado em 2015, me fez o convite para compor a assessoria dele, da qual fa\u00e7o parte at\u00e9 hoje.<\/span><\/p>

Quais outros cargos voc\u00ea ocupa hoje?<\/b><\/h3>

Desde 2018, sou vice-presidente do diret\u00f3rio do Partido dos Trabalhadores. J\u00e1 em 2023, assumi a coordena\u00e7\u00e3o do SOS Racismo na Assembleia Legislativa do Estado de S\u00e3o Paulo. Para mim, esse foi um grande reconhecimento do trabalho que venho fazendo em defesa da popula\u00e7\u00e3o negra, do nosso povo. L\u00e1 dentro, tenho a oportunidade de dialogar com nossos 94 parlamentares, e uma das coisas que sempre refor\u00e7o \u00e9 que todos devem respeitar a pauta racial. Afinal, independentemente da cor de pele, todos tiveram votos de pessoas negras.<\/span><\/p>

Como funciona o SOS Racismo? Voc\u00ea pode contar um pouco mais sobre o seu trabalho l\u00e1?<\/h3>

No SOS Racismo, realizamos o acolhimento das den\u00fancias de pessoas do estado de S\u00e3o Paulo que sofreram racismo, xenofobia, intoler\u00e2ncia religiosa e outras formas de discrimina\u00e7\u00e3o e preconceito. Ao chegar uma nova den\u00fancia, eu e minha equipe fazemos uma avalia\u00e7\u00e3o e verificamos quais s\u00e3o os caminhos e possibilidades que podem ser adotados no caso, buscando uma solu\u00e7\u00e3o para a pessoa que teve seu direito violado pelo racismo.<\/span><\/p>

Tem algum ambiente onde os casos de racismo s\u00e3o mais propensos a acontecer?\u00a0<\/b><\/h3>

\u00c9 muito comum acontecer no trabalho e em lojas, shoppings e supermercados, quando voc\u00ea \u00e9 seguido por um seguran\u00e7a, parado para uma revista… Ano passado, tamb\u00e9m recebemos um n\u00famero significativo de den\u00fancias de racismo em ambientes escolares. Nestas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 necess\u00e1rio pensar: por que essa crian\u00e7a est\u00e1 praticando racismo? Ela realmente \u00e9 assim ou est\u00e1 apenas reproduzindo o que acontece em seu ambiente familiar? Devemos oferecer apoio \u00e0 v\u00edtima da viol\u00eancia, mas tamb\u00e9m buscar entender porque uma crian\u00e7a est\u00e1 cometendo esse ato discriminat\u00f3rio. Afinal, esses ser\u00e3o os adultos do futuro, e \u00e9 essencial corrigir o rumo neste momento.<\/span><\/p>

Todas as den\u00fancias t\u00eam resultado?<\/b><\/h3>

A fala da v\u00edtima \u00e9 primordial para que a gente possa iniciar a apura\u00e7\u00e3o, mas, ao mesmo tempo, \u00e9 necess\u00e1rio ter algum elemento substancial para darmos continuidade ao processo. Quando digo isso, \u00e9 uma testemunha, um v\u00eddeo, uma c\u00e2mera que tenha gravado a a\u00e7\u00e3o, ou at\u00e9 mesmo um print. O problema \u00e9 que, muitas vezes, o crime de racismo ocorre em momentos em que voc\u00ea n\u00e3o consegue produzir provas. Al\u00e9m disso, por estar abalada com a situa\u00e7\u00e3o, a v\u00edtima pode n\u00e3o prestar aten\u00e7\u00e3o nos detalhes, trazendo informa\u00e7\u00f5es fr\u00e1geis para a gente. Tudo isso acaba dificultando nossa capacidade de prosseguir com a investiga\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/section>\n\t\t\t\t

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Quais dicas voc\u00ea daria para que as den\u00fancias se tornem mais efetivas?\u00a0<\/b><\/h3>

Se a situa\u00e7\u00e3o acontecer em um estabelecimento como um supermercado, registre no servi\u00e7o de atendimento, fa\u00e7a um boletim de ocorr\u00eancia e encaminhe para a gente. Assim, conseguimos preservar as imagens das c\u00e2meras, que costumam ser apagadas ap\u00f3s algumas semanas. Guarde o nome da pessoa que praticou a viol\u00eancia, o hor\u00e1rio que ela aconteceu e outras informa\u00e7\u00f5es e provas importantes. Se voc\u00ea tiver condi\u00e7\u00f5es, tamb\u00e9m vale contratar um advogado particular que tenha conhecimento sobre o assunto.<\/span><\/p>

Muita gente diz que as leis contra o racismo n\u00e3o funcionam no Brasil. Voc\u00ea concorda? O que \u00e9 preciso fazer para que elas sejam mais efetivas?\u00a0<\/b><\/h3>

O Brasil possui uma das melhores e maiores legisla\u00e7\u00f5es de combate ao racismo do mundo. Ela funciona e tem cumprido o seu papel de garantir o direito da nossa popula\u00e7\u00e3o. O que \u00e9 preciso \u00e9 que o sistema de justi\u00e7a seja menos moroso, que a resposta para esse tipo de viol\u00eancia seja mais r\u00e1pida. Al\u00e9m disso, \u00e9 essencial que quem receba a den\u00fancia tenha um entendimento adequado sobre o assunto. Aqui em S\u00e3o Paulo, por exemplo, temos a Decradi, uma delegacia especializada em crimes raciais e de intoler\u00e2ncia. Fora da cidade, encontramos delegacias comuns, onde os funcion\u00e1rios podem n\u00e3o estar habilitados para lidar com den\u00fancias de racismo. \u00c0s vezes, tratam o caso de qualquer maneira, enquanto em outras ocasi\u00f5es a v\u00edtima enfrenta uma burocracia t\u00e3o grande que acaba desistindo.<\/span><\/p>

Para voc\u00ea, quais devem ser os pr\u00f3ximos passos da luta contra o racismo?<\/b><\/h3>

Atualmente, tem muita gente atuando no combate ao racismo no Brasil, mas est\u00e1 cada um no seu quadrado. Precisamos criar uma rede que ultrapasse os muros da esquerda ou da direita, do partido X ou Y. Afinal, apesar de afetar as pessoas em n\u00edveis diferentes, o racismo pode acontecer com qualquer um. Tamb\u00e9m precisamos levar a discuss\u00e3o racial para os ambientes de forma\u00e7\u00e3o, para que todos possam entender, por exemplo, os elementos necess\u00e1rios para fazer uma den\u00fancia. Por fim, \u00e9 necess\u00e1rio pressionar, como sociedade, o poder p\u00fablico, para que ele possa ressarcir a popula\u00e7\u00e3o negra, que foi e continua sendo marginalizada.\u00a0<\/span><\/p>

Como \u00e9 ser uma mulher negra na pol\u00edtica?<\/b><\/h3>

\u00c9 dif\u00edcil pelo seguinte motivo: hoje, o n\u00famero de mulheres \u2014 principalmente de mulheres negras \u2014 na pol\u00edtica brasileira ainda \u00e9 muito pequeno. Das 94 cadeiras da Alesp, por exemplo, apenas 25 s\u00e3o ocupadas por mulheres. A popula\u00e7\u00e3o precisa entender a import\u00e2ncia de ter pessoas semelhantes a elas na pol\u00edtica. N\u00e3o apenas porque elas trar\u00e3o debates necess\u00e1rios, mas tamb\u00e9m porque, se n\u00e3o nos vemos nesses espa\u00e7os, n\u00e3o acreditamos que seja poss\u00edvel estar ali.<\/span><\/p>

Em 2024, teremos o processo eleitoral municipal, e quero acreditar que vamos avan\u00e7ar ainda mais na quest\u00e3o da representatividade, inclusive com ferramentas como os mandatos coletivos. Tamb\u00e9m \u00e9 importante lembrar tamb\u00e9m que precisamos acompanhar a atua\u00e7\u00e3o das pessoas para quem damos o nosso voto: o que que ela est\u00e1 aprovando? Quais projetos est\u00e1 apresentando? Sua atua\u00e7\u00e3o condiz com o que ela disse no per\u00edodo de campanha? Se n\u00e3o, precisamos ir l\u00e1 cobrar.\u00a0<\/span><\/p>

Existem medidas sendo tomadas para que a pol\u00edtica seja um ambiente mais seguro para as mulheres e para as pessoas pretas?<\/b><\/h3>

N\u00f3s tivemos dois casos muito emblem\u00e1ticos de viol\u00eancia de g\u00eanero e racial recentemente. Depois disso, houve um compromisso da Alesp de atuar no enfrentamento dessas atitudes. Para isso, foi constru\u00edda uma cartilha, que contou com a participa\u00e7\u00e3o das 25 deputadas presentes na Assembl\u00e9ia e do SOS Racismo. O material visa mostrar para os deputados que a nossa sociedade mudou, e que algumas atitudes que eram toleradas no passado, hoje n\u00e3o s\u00e3o mais. Cada novo servidor que entra, recebe esse material. Tamb\u00e9m foi aberto um canal de den\u00fancias para trabalhadores da Alesp, mas que atualmente se encontra aberto para a popula\u00e7\u00e3o.\u00a0<\/span><\/p>

Na sua opini\u00e3o, como os dados podem auxiliar no enfrentamento ao racismo?\u00a0<\/b><\/h3>

Os dados s\u00e3o essenciais para que a gente possa construir pol\u00edticas p\u00fablicas. Precisamos saber qual \u00e9 o tamanho da nossa popula\u00e7\u00e3o, onde ela est\u00e1, a quais servi\u00e7os ela tem acesso\u2026 Sem essas informa\u00e7\u00f5es, n\u00e3o conseguimos criar pol\u00edticas efetivas, que v\u00e3o impactar positivamente a vida das pessoas. Tamb\u00e9m \u00e9 extremamente importante obtermos dados sobre os servi\u00e7os de combate ao racismo: quais existem? S\u00e3o efetivos? Onde est\u00e3o esses equipamentos? S\u00f3 assim conseguimos avan\u00e7ar.\u00a0<\/span><\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/section>\n\t\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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