{"id":6156,"date":"2024-02-09T09:35:15","date_gmt":"2024-02-09T12:35:15","guid":{"rendered":"https:\/\/institutodacor.ong.br\/?p=6156"},"modified":"2024-02-09T09:38:57","modified_gmt":"2024-02-09T12:38:57","slug":"80-de-angela-davis-uma-voz-pela-liberdade-constante","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/institutodacor.ong.br\/80-de-angela-davis-uma-voz-pela-liberdade-constante\/","title":{"rendered":"80 de Angela Davis, uma voz pela liberdade constante"},"content":{"rendered":"

Dias ap\u00f3s o anivers\u00e1rio de Angela Davis, o DACOR esteve presente em um ciclo de debates sobre a autora de “Liberdade \u00e9 uma luta constante”, nos dias 30 e 31 de janeiro, em evento realizado pela Editora Boitempo e o Centro de Pesquisa e Forma\u00e7\u00e3o do SESC S\u00e3o Paulo.\u00a0<\/span><\/p>\n

A trajet\u00f3ria, a obra e a milit\u00e2ncia de Angela Yvonne Davis foi debatida por grandes especialistas, todas mulheres, com especial \u00eanfase aos di\u00e1logos que Davis vem travando com intelectuais e movimentos sociais brasileiros e refor\u00e7ou a luta comunista, antirracista, feminista e revolucion\u00e1ria de Angela.\u00a0<\/span><\/p>\n

Apoio ao Brasil\u00a0<\/b><\/h3>\n

Com o mote “Mudando as coisas que n\u00e3o se pode mudar”, o evento contou com nomes como Preta Ferreira, ativista por moradia, multiartista e escritora brasileira. Em 2019, Preta foi presa por mais de 100 dias por sua atua\u00e7\u00e3o no Movimento Sem Teto do Centro e na Frente de Luta por Moradia da cidade de S\u00e3o Paulo. Naquela \u00e9poca, ela foi visitada por Angela, para ouvi-la e somar-se \u00e0 luta pela sua inoc\u00eancia.<\/span><\/p>\n

Angela Davis tamb\u00e9m j\u00e1 foi presa. A ativista norte-americana permaneceu 16 meses na cadeia, no in\u00edcio dos anos 1970, e foi considerada uma das pessoas mais perigosas pelo governo estadunidense na \u00e9poca. “Acho que ser considerado um perigo para a sociedade n\u00e3o \u00e9 um perigo para a sociedade em si, a sociedade dos exclu\u00eddos. \u00c9 um perigo para a sociedade patriarcal, para a sociedade da branquitude, para a sociedade que exclui corpos”, afirmou Preta, fazendo conex\u00e3o de sua trajet\u00f3ria com a de Davis.\u00a0<\/span><\/p>\n

Outro apoio dado \u00e0 luta pol\u00edtica e social brasileira lembrado nas mesas foi \u00e0 Marielle Franco. Depois de seu assassinato, Angela prestou apoio \u00e0 familia de Marielle, pedindo justi\u00e7a pela morte da vereadora do Rio.\u00a0<\/span><\/p>\n

Interseccionalidade<\/b><\/h3>\n

Em quase todos os pain\u00e9is, as palestrantes questionaram o t\u00edtulo de interseccional dado a Angela Davis. Isso porque a ativista debateu amplamente os temas de ra\u00e7a, classe e sexo – hoje entendido como g\u00eanero – mas o termo ‘intersecionalidade’ veio depois da produ\u00e7\u00e3o da autora.\u00a0<\/span><\/p>\n

“Eu venho insistindo que a Angela Davis n\u00e3o \u00e9 interseccional. Somos interseccionais porque todas n\u00f3s mulheres negras entendemos que ra\u00e7a, classe e g\u00eanero s\u00e3o o trip\u00e9 estruturante que fundamenta o mundo e as rela\u00e7\u00f5es sociais. Mas a interseccionalidade \u00e9 um campo disciplinar ideol\u00f3gico e de atua\u00e7\u00e3o que n\u00e3o foi, digamos assim,\u00a0 o territ\u00f3rio que formou Angela”, afirmou Rosane Borges, na mesa \u201cAngela Davis, comunismo e o Partido dos Panteras Negras\u201d, que tamb\u00e9m contou com a historiadora Raquel Barreto e com media\u00e7\u00e3o da deputada estadual pelo Rio de Janeiro, Renata Souza.\u00a0<\/span><\/p>\n

Causa Palestina<\/b><\/h3>\n

O apoio de Angela \u00e0 causa Palestina tamb\u00e9m foi destaque no evento com mesa<\/span> \u201c<\/span>Angela Davis, internacionalismo e a causa Palestina\u201d, que teve a participa\u00e7\u00e3o da covereadora da Bancada Feminista do PSOL em S\u00e3o Paulo, Nat\u00e1lia Chaves, a escritora e pesquisadora em antropologia Juliana Borges e mediada pela jornalista palestino-brasileira<\/span> Soraya Misleh.\u00a0<\/span><\/p>\n

“\u00c9 importante discutir essa rela\u00e7\u00e3o entre o internacionalismo,a luta por liberdade e a luta por liberdade do povo palestino. N\u00f3s s\u00f3 seremos livres, n\u00e3o h\u00e1 como um povo ser livre se h\u00e1 outro povo sendo subjugado. E a gente pode pensar que a pr\u00f3pria Angela Davis experimentou na sua vida, na sua experi\u00eancia de vida, o que significa a dimens\u00e3o e a import\u00e2ncia desses la\u00e7os de solidariedade internacional”, relembrou Juliana.\u00a0<\/span><\/p>\n

Para acompanhar a riqueza de debates do evento, que ainda contou com mesas sobre a proximidade de Angela com o Panteras Negras, sua rela\u00e7\u00e3o com o comunismo e sua an\u00e1lise sobre a Democracia, acesse o YouTube da Boitempo, na playlista abaixo:<\/span><\/p>\n