Reunimos vozes do #NaReal, quadro do DACOR em que pessoas negras contam suas trajetórias e refletem sobre a importância de medir, registrar e transformar suas vivências em informação.
As falas mostram que cada número carrega uma história: é o dado que transforma lembrança em evidência, que protege a memória coletiva e fortalece a luta antirracista.
“Uma população sem dados é uma população que não existe. São os dados que permitem avaliar se estamos avançando ou retrocedendo, além de medir o impacto das políticas públicas.”
Jairo Malta, designer, fotógrafo e jornalista, criador do blog Sons da Perifa.
“Dados também são importantes para mostrar que políticas públicas, como as cotas raciais, por exemplo, funcionam. Quando vemos que mais pessoas pretas estão ingressando, se formando na faculdade e conquistando empregos melhores, não é achismo, é um fato.”
Alberto Pereira Jr., diretor, jornalista e roteirista, cofundador do bloco de carnaval Domingo Ela Não Vai e head na Banca Digital.
“Sem dados, não há educação nem luta antirracista. É necessário não só levantar números, mas analisá-los de perto. São os dados qualitativos que ajudam a construir e repensar uma educação de qualidade. Não temos tempo, não temos dinheiro e estamos atrasados. Precisamos ser certeiros.”
Silvia Lima, psicóloga, pedagoga, mestre e doutoranda em Educação e voluntária do Dacor.
“Os dados são a base da luta antirracista. Eles fortalecem a conexão com a comunidade negra e impedem que pessoas brancas usem justificativas esdrúxulas para fugir da responsabilidade.”
Amanda Abreu, publicitária, estrategista e cofundadora da Indique uma Preta.
“Os dados são essenciais para a construção de políticas públicas efetivas. Precisamos saber qual é o tamanho da nossa população, a quais serviços ela tem acesso, se os equipamentos de combate ao racismo existentes funcionam… Só assim conseguimos avançar.”
Iara Bento, coordenadora do SOS Racismo, programa da Alesp que acolhe e auxilia vítimas de preconceito.