No último domingo, mulheres se manifestaram nas ruas do Brasil mais uma vez para dizer o óbvio: nossas vidas importam.
As manifestações ecoaram a dor de tantas que tiveram seus sonhos interrompidos pelo feminicídio e pela violência de gênero. Quando consideramos a intersecção gênero e raça, os dados são ainda mais alarmantes.
Dados alarmantes
Segundo o Atlas da Violência, em 2023, 68,2% das mulheres assassinadas no Brasil eram negras. Isso significa que, a cada 10 mulheres vítimas de homicídio, quase 7 são mulheres negras.
Mulheres negras têm 1,7 vez mais chance de serem assassinadas no Brasil do que mulheres não negras.
Entre 2013 e 2023 houve:
30.980 mulheres negras assassinadas, o que representa 67,1% das vítimas femininas do período.
É violência de gênero, mas com preferência por corpos negros.
De 2013 a 2023, a taxa de homicídios de mulheres negras caiu 20,4%.
- Nos últimos 5 anos (2018–2023), a queda foi menor: 17,3%.
- E de 2022 para 2023, houve aumento de 2,4% na taxa.
Ou seja: a tendência voltou a subir.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), oito em cada dez mulheres negras foram mortas por companheiros ou ex-companheiros, e 64,3% dos crimes ocorreram dentro de casa.
