Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra: o que os dados relevam sobre a saúde da população negra?

O Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, celebrado em 27 de outubro, tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde, gestores e a sociedade sobre as demandas específicas da população negra. Essa data nos lembra que o racismo é um determinante social da saúde e que a promoção de cuidado equânime é uma responsabilidade de todos.

Criada em 2006, a data chama atenção para as demandas específicas dessa parcela da sociedade e mobiliza profissionais e gestores a promover equidade no cuidado.

Em 2009, a criação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) marcou um passo importante no combate à discriminação dentro do SUS. Essa política reconhece que fatores como o racismo estrutural e institucional impactam diretamente a saúde física e mental da população negra.

Tuberculose

Em 2023, cerca de 60% dos casos de tuberculose foram registrados na população negra, enquanto a população branca representou 23,38% dos casos.

Além disso, pessoas pretas e pardas interrompem o tratamento com maior frequência entre os casos novos de tuberculose.

Câncer de mama

Mulheres negras têm probabilidade significativamente maior de morrer por câncer de mama que mulheres brancas, estudos do INCA mostram até 57% mais chance de óbito, além disso, o diagnóstico costuma ocorrer em estágios mais avançados e há maior frequência do subtipo mais agressivo (triplo negativo).

Câncer de próstata

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), homens negros apresentam maior risco de desenvolver câncer de próstata. Fatores socioeconômicos dificultam o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos modernos.

O câncer de próstata representa 29% dos diagnósticos oncológicos entre homens no Brasil, entre 2020 a 2022, houve 65 mil casos novos da doença.

Saúde da população negra

Nosso podcast A Voz DACOR recebeu a professora Dandara de Oliveira Ramos, especialista em epidemiologia e desigualdades raciais, e Marcos Vinicius da Silva Cordeiro, ativista e assessor de Equidade Étnico-Racial no Ministério da Saúde.

O bate-papo discutiu desafios históricos e atuais no acesso à saúde, vulnerabilidade a doenças crônicas, representatividade de profissionais negros e políticas públicas para reduzir desigualdades.